Notícias.

"Foda os transtornos da vida, cara", essa foi uma das frases que, ontem, depois de muito tempo, ouvi de um amigo. Depois de muito tempo, porque ele andava meio sumido. Mas a gente sempre pensa que está tudo bem, que deve ser o corre-corre nosso de cada dia, que é normal as pessoas se afastarem um pouco. Eis que nada do que estava acontecendo era normal, não para ele. Não para mim. Mais foda que os transtornos da vida, são essas leis malucas que a fazem, onde pessoas boas são punidas, onde pessoas ruins nada sofrem. Após quase um mês, por uma coincidência, resolvi entrar no skype pra dar aquela olhada rápida, o vi online. Logo ele veio falar comigo. "Rô. Cara! Que saudade.", com a mesma saudade, perguntei como ele estava, veio o choque. Ele, achando que eu já sabia, disse que estava melhorando, passou 1 mês no hospital, fazendo tratamento. Não entendi nada. E uma palavra me deixou atônito. Em choque. Sem reação. Leucemia. Enquanto ele explicava que já está na quimio, que tá evoluindo bem e que sua irmã é compatível, caso seja preciso transplante, eu só conseguia pensar em uma coisa: por que?. Será que existe um propósito que faça com que pessoas tão boas passem por isso? Será que há explicação mesmo? Só sei que ele é um cara jovem, gente boa, que gosto muito e que está passando por uma barra muito pesada. E eu, eu sou um cara de 23 anos que vou continuar questionando essas leis malucas que ''regem'' a nossa estadia na terra. Ele vai ficar bem. Eu vou ficar bem. "Everything will be alright", já diz a música. Me despedi dele com um aperto no coração, durante toda a noite me peguei com o pensamento longe, com o pensamento nele. Disse um ''até breve'', e a última palavra dele foi ''até'', e hoje não há nada que eu deseje mais. Porque é a mais pura verdade, Breno, são foda os transtornos da vida.

Três.

É simples: quando são horas, dias, meses ou anos ao lado de quem a gente ama, um será pouco, dois será bom, mas três... três nunca será demais. Nem o que virá depois.

O medo.

"Eu tenho medo, sabe? Quando gosto muito de alguém. E tipo, qualquer forma de gostar, amizade, paixão, amor. Sempre que eu gosto muito de alguém, eu sinto medo. Nem todo mundo entende isso. E também acho que ninguém é obrigado a entender mesmo. Coisa minha. E não é duvidar, claro que não. Sei que tu gosta mesmo de mim."

 

 

 

As coisas não caem do céu.

Será que a gente se esquece ou nunca chegou a saber, que esse mundo é nosso, quando a gente toma posse, arregaça as mangas e faz o que tem que fazer. Por que todo mundo reclama do que lê de manhã no jornal? Mesmo sem mexer um dedo se acha no direito de se achar acima, muito acima de tudo que é mal.  Não imagina ter nada com isso. Alguém, mas não nós, tem que resolver. A gente já fez nossa parte xingando essa corja em frente à TV. Por que é que eu me encho de orgulho só porque um dia eu postei um link pra uma causa nobre, pra ajudar os pobres, qualquer coisa assim que eu não li, mas eu compartilhei. Por que é que a gente que espanta com qualquer preconceito dos outros, mas no nosso caso é sempre diferente,  a gente só quer defender a cultura, a moral e o bom gosto? Será que esse mundo seria melhor se algum de nós pudesse decidir o que todos devem sonhar todo dia, e qual o caminho pra ser feliz? Será que um dia acredito de tanto que escuto dizer,  que ser gentil e generoso importa muito pouco, que eu não sou ninguém sem dinheiro, beleza ou poder? Será que ao invés do prazer de viver de sentir, de provar, sento pra assistir a vida emprestada das celebridades sozinho na sala antes de dormir. Por que é que a gente ainda espera? As coisas não caem do céu. Esquece a esperança e entra na dança, que as coisas não caem do céu. (Eu sei e você sabe) As coisas não caem do céu. Por que tanta gente reclama do que lê de manhã no jornal?




(Leoni)





#OGiganteAcordou

A feeling good.

Se eu disser que lembro quanto tempo faz que eu não sinto nada especial por alguém, estarei mentindo. Daí você tira o quão distante esse sentimento estava de mim. Estava. Ou está. Não sei ainda, sei que é uma coisa boa, e que hoje, depois desse longo inverno, pela primeira vez senti aquela coisa que dá no coração e no estômago pelo simples fato da pessoa vir falar com a gente, sabe? Pode ser que seja cedo. Mas sabe de uma coisa? Antes cedo do que tarde demais.

A (Centésima) Segunda Chance.

A verdade é que a gente reclama muito da vida, na maioria das vezes com razão! Mesmo que sejam razões distorcidades pelas lentes embaçadas daqueles óculos velhos, mas temos razão, e com a nossa razão ninguém pode discutir, não é mesmo? A vida apronta muito, e se é bem verdade que na maioria das vezes reclamamos, na maioria das vezes desistimos de tudo por uma semana, por um mês. Eu mesmo ja desisti de tudo por um ano inteiro. Mas aí surge outra chance de recomeçar. A segunda chance. Aquela chance que todos nós pedimos, mesmo que sem querer. E pode até ser que haja outra decepção e que a gente desista de tudo novamente. Mas a segunda chance sempre irá existir. Acho que tá na lei da vida. Pode até ser que demore, mas ela vai estar lá. Passe o tempo que passar, seja a situação que for, todo mundo merece recomeçar. Nem que seja pra ser feliz cometendo os mesmos erros de todas as outras vezes que achamos que seria a ultima.

Encruzilhada.

Não tão sendo dias fáceis. Aliás, tão sendo dias extremamente complicados. Dias cheios de dúvidas. Dúvidas quanto ao que farei da minha vida após a faculdade. Mais que dúvida, tô sentindo um profundo arrependimento pelo curso que escolhi. Dizem que isso é comum, numa certa altura da vida as pessoas podem se arrepender de suas escolhas. Quero muito que esse semestre acabe logo, preciso de um descanso pra minha cabeça, colocar as ideias em ordem, sabe? Terminarei o curso, tá quase no fim, se eu consegui até agora, não vou abandonar o barco. É que vai chegando o fim de um caminho e a gente tem que escolher qual direção seguir. Isso assusta. Muito. Ontem conversei com minha mãe, ela percebeu que eu não estou bem. A verdade é que sempre tô disposto a jogar a tristeza das pessoas pra longe, mas parece que a minha eu deixo guardada, só adormecida. Aí uma hora ela acorda. ''Como é difícil te ver assim", ela me disse. E ela também me falou que não serei a primeira nem a ultima pessoa a se arrepender de uma escolha, e eu sei disso. Claro que sei. Mas saber não diminui em nada essa agonia.

O fim.

Hoje, domingo, 27 de janeiro de 2013, eu acordei pra mais um dia que pensava ser apenas mais um. Eis que entro na  internet e vejo a notícia trágica que com certeza deixou muita gente abalada, o incêndio na boate em Santa Maria/RS, que resultou na morte de mais de 230 pessoas. À medida que via as notícias, aumentava minha angústia, minha vontade de chorar. Não consigo nem de longe imaginar o desespero das pessoas que perderam amigos e parentes nessa madrugada que deveria ter sido só de alegria. Acho que tão doloroso quanto isso, é ver como tem gente que se promove com uma situação dessas, como tem gente que não respeita o sofrimento alheio, sem sequer imaginar que um dia pode estar passando pela mesma situação. Eu chorei. Sim, chorei, e não me considero um idiota por chorar por pessoas que eu nem conhecia. Acima de tudo, são seres humanos. Penso que assim como foram eles, poderia ter sido eu, ou qualquer pessoa que eu amo. Chorei por mais uma vez perceber o quanto a vida da gente não vale nada. E o quanto não nos damos conta disso e vivemos como se fossemos imortais. Não somos. Ah, não somos! A gente passa pela vida sem se dar conta do quanto que temos a perder. Do que podemos perder a qualquer momento. Infelizmente, mesmo depois de uma tragédia como essa, a vida continua. Apesar de sentirmos como se ela tivesse acabado. Pra quem não entende o sofrimento que essas famílias estão passando, não desejo que passe pelo mesmo. Só espero que aprenda antes que seja tarde demais.

Segredo.

Dizem que quando temos um problema devemos conversar com as pessoas, nos abrir, que guardar coisas dentro da gente só faz mal, nos faz enlouquecer. Mas sei lá, talvez nossa sanidade seja mantida justamente por causa daquilo que não contamos a ninguém.