domingo, 26 de julho de 2015

Estragos

Aprendemos a odiar e (tentar) esquecer tudo aquilo que nos faz mal. Esquecemos, talvez, do principal: aprender com aquele ou aquilo que nos causou dor. Hoje eu passei o dia na cama, olhando pro teto, embalado pela chuva que teimou em cair. Me peguei pensando justamente nisso. Por esquecer, repetimos erros. Por odiar, não nos permitimos mais. Não é questão de andar com um manual embaixo do braço, mas de saber lidar com cada situação. Do lado ruim, tirar algo posivito. Aprender a viver. É nessa perspectiva que eu agradeço a tudo e todos que passaram na minha vida e causaram algum estrago, porque, talvez pela primeira vez nos meus 25 anos de vida, tenho um olhar limpo sobre o que está por vir, ou melhor, sobre o que eu quero que esteja no meu caminho. A tal da peneira, é hora de deixar passar o que não vale a pena. Hora de deixar ficar tudo que me faz sorrir.

domingo, 30 de novembro de 2014

Mudanças.

O que ouço muito por aí é que quando a gente gosta, a gente precisa se adaptar a pessoa. Ok. Concordo. Mas a adaptação é dos dois lados. Quando um apenas exige e o outro apenas cumpre, essa relação está fadada ao fracasso. Pois, hora ou outra, aquele que sempre fez de tudo pra que o companheiro se sentisse bem, vai pensar: e o que ele tem feito pra que eu me sinta bem? E, nessa hora, algo se quebra de uma forma que não vai mais ser possível o reparo. É triste. É frágil. Mas é assim. E não há nada que eu ou qualquer outra pessoa nesse mundo possa fazer. O final acontece, e será mais um entre tantos outros. Pra quem já sofreu por amor, sabe, pode ser o final de uma história que tinha alguma chance de dar certo. Mas a vida vai continuar seguindo, como sempre. Porque é o final da história. Não o nosso fim.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Silêncio.

Não entendo essa dificuldade que algumas pessoas sentem em lidar com o silêncio. Como se expressar tudo o que sentem em palavras fosse a única forma de serem entendidas, ouvidas. Que irônico! Para mim, o silêncio também fala. Fala e explica até mais do que aquilo que eu digo. É preciso entender que o silêncio nem sempre é por falta de palavras. Muitas vezes ele é o excesso delas.

domingo, 17 de novembro de 2013

Notícias.

"Foda os transtornos da vida, cara", essa foi uma das frases que, ontem, depois de muito tempo, ouvi de um amigo. Depois de muito tempo, porque ele andava meio sumido. Mas a gente sempre pensa que está tudo bem, que deve ser o corre-corre nosso de cada dia, que é normal as pessoas se afastarem um pouco. Eis que nada do que estava acontecendo era normal, não para ele. Não para mim. Mais foda que os transtornos da vida, são essas leis malucas que a fazem, onde pessoas boas são punidas, onde pessoas ruins nada sofrem. Após quase um mês, por uma coincidência, resolvi entrar no skype pra dar aquela olhada rápida, o vi online. Logo ele veio falar comigo. "Rô. Cara! Que saudade.", com a mesma saudade, perguntei como ele estava, veio o choque. Ele, achando que eu já sabia, disse que estava melhorando, passou 1 mês no hospital, fazendo tratamento. Não entendi nada. E uma palavra me deixou atônito. Em choque. Sem reação. Leucemia. Enquanto ele explicava que já está na quimio, que tá evoluindo bem e que sua irmã é compatível, caso seja preciso transplante, eu só conseguia pensar em uma coisa: por que?. Será que existe um propósito que faça com que pessoas tão boas passem por isso? Será que há explicação mesmo? Só sei que ele é um cara jovem, gente boa, que gosto muito e que está passando por uma barra muito pesada. E eu, eu sou um cara de 23 anos que vou continuar questionando essas leis malucas que ''regem'' a nossa estadia na terra. Ele vai ficar bem. Eu vou ficar bem. "Everything will be alright", já diz a música. Me despedi dele com um aperto no coração, durante toda a noite me peguei com o pensamento longe, com o pensamento nele. Disse um ''até breve'', e a última palavra dele foi ''até'', e hoje não há nada que eu deseje mais. Porque é a mais pura verdade, Breno, são foda os transtornos da vida.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Três.

É simples: quando são horas, dias, meses ou anos ao lado de quem a gente ama, um será pouco, dois será bom, mas três... três nunca será demais. Nem o que virá depois.

sábado, 22 de junho de 2013

O medo.

"Eu tenho medo, sabe? Quando gosto muito de alguém. E tipo, qualquer forma de gostar, amizade, paixão, amor. Sempre que eu gosto muito de alguém, eu sinto medo. Nem todo mundo entende isso. E também acho que ninguém é obrigado a entender mesmo. Coisa minha. E não é duvidar, claro que não. Sei que tu gosta mesmo de mim."
 
 
 

domingo, 16 de junho de 2013

As coisas não caem do céu.

Será que a gente se esquece ou nunca chegou a saber, que esse mundo é nosso, quando a gente toma posse, arregaça as mangas e faz o que tem que fazer. Por que todo mundo reclama do que lê de manhã no jornal? Mesmo sem mexer um dedo se acha no direito de se achar acima, muito acima de tudo que é mal.  Não imagina ter nada com isso. Alguém, mas não nós, tem que resolver. A gente já fez nossa parte xingando essa corja em frente à TV. Por que é que eu me encho de orgulho só porque um dia eu postei um link pra uma causa nobre, pra ajudar os pobres, qualquer coisa assim que eu não li, mas eu compartilhei. Por que é que a gente que espanta com qualquer preconceito dos outros, mas no nosso caso é sempre diferente,  a gente só quer defender a cultura, a moral e o bom gosto? Será que esse mundo seria melhor se algum de nós pudesse decidir o que todos devem sonhar todo dia, e qual o caminho pra ser feliz? Será que um dia acredito de tanto que escuto dizer,  que ser gentil e generoso importa muito pouco, que eu não sou ninguém sem dinheiro, beleza ou poder? Será que ao invés do prazer de viver de sentir, de provar, sento pra assistir a vida emprestada das celebridades sozinho na sala antes de dormir. Por que é que a gente ainda espera? As coisas não caem do céu. Esquece a esperança e entra na dança, que as coisas não caem do céu. (Eu sei e você sabe) As coisas não caem do céu. Por que tanta gente reclama do que lê de manhã no jornal?




(Leoni)





#OGiganteAcordou