sábado, 15 de maio de 2010

E amanhã, quem fica com o tempo?

E se um dia eu não der o valor devido, perdoa-me, Senhor. Não faço por mal. É que é tão dificil, a gente sempre pensa que tem todo tempo do mundo. Sempre se acha que o amanhã vai aparecer e poderemos consertar as besteiras que fizemos hoje. E também pensamos que sempre vamos ter outra oportunidade de dizer aquilo, aquilo que é tão importante dizer hoje. Se tens um 'eu te amo' pra dizer, diga. Se quer correr, sem direção aparente, corra. Quer ligar para aquele amigo, às 3 da manhã, só pra conversar besteira, ligue. Jamais tema ser feliz. Deus te perdoa, o tempo... esse nunca vai te perdoar.

domingo, 9 de maio de 2010

Em mesóclise.

Identificar-me-ei. Mas será que consigo? Oras, por tantas vezes já tentei. Quem é você, Roberto? Você é mais feliz ou mais triste? Seria o certo... viver numa eterna descoberta? Não sei. E digo, feliz daquele que obtém o autoconhecimento. Plenamente. Claro que sei sobre mim, por que não saber de nada seria um pouco demais, não é? Sei do que gosto. Sei do que não gosto. Mas estou sempre surpreendendo-me, e aos que me cercam também. Para e pensa, assim, na frente dum espelho: quem sou eu? Será que você acha a resposta? Alguns dizem que sim, mas sei lá, talvez esses vejam apenas o que querem ver. Não se enxergam totalmente. É difícil saber de si, acho que por isso muitas pessoas preocupam-se mais com vidas alheias. É. Boa teoria. Costumo falar de momento, do que tou sentindo na hora, é assim que vou me definindo, ou tentando me definir. Agora mesmo, lembro de uma frase que diz assim: "O meu coração é que está cansado, um coração de treze anos não deveria se sentir assim." Pronto. Agora substitua o treze por vinte, a idade é diferente, o sentimento é igual.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Agridoce.

Por que você às vezes se faz de ruim? Tenta me convencer que não mereço viver, que não presto, enfim. Saio em segredo, você nem vai notar. E assim, sem despedida, saio de sua vida tão espetacular. E ao chegar lá fora, direi que fui embora e que o mundo já pode se acabar, pois, tudo mais que existe só faz lembrar que o triste está em todo lugar. E quando acordo cedo de uma noite sem sal, sinto o gosto azedo de uma vida doce, e amarga no final. Saio sem alarde, sei que já vou tarde, não tenho pressa, nada a me esperar. Nenhuma novidade, as ruas da cidade, o mesmo velho mar.


(Pato Fu)